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13 novembro 2024

A importância de uma estratégia de dados bem definida para evitar situações “financeiramente dolorosas"


A inovar de edição para edição, procuramos debater os principais desafios das empresas e as melhores práticas para um uso "ponderado" da IA

Com mais de 300 participantes, aedição do Lisbon Data & AI Forum (LDAIF) revelou-se um sucesso. No dia 6 de novembro, o LX Factory, em Lisboa, encheu-se de especialistas, nacionais e internacionais, e de entusiastas de Dados e Inteligência Artificial (IA) para discutir boas práticas e partilhar experiências de como a IA veio revolucionar os métodos de trabalho das organizações.

Criado em 2017, sob o nome de “Lisbon BI Forum”, o LDAIF surgiu de uma colaboração entre a Noesis e a Qlik com o objetivo de fazer nascer um evento de referência ao nível da Análise dos Dados e da Inteligência Artificial. É caso para dizer: missão bem-sucedida! Com a promessa de ser mais inovador de edição para edição, este ano, o evento focou-se em temas como Data Quality, ética e a criatividade da IA,a Cibersegurança em AI, Transformação Digital e muitos outros.

A Welcome Session foi marcada pela subida ao palco do nosso CTO, Nelson Pereira, que nos apresentou o painel de especialistas, bem como os temas a serem discutidos ao longo do dia, lembrando as edições anteriores e o caminho percorrido até o LDAIF se tornar naquilo que é hoje. Esta edição trouxe consigo várias novidades, nomeadamente, um novo espaço com uma atmosfera que incentivou o networking, mas também a presença dos nossos sponsors - Red Hat, Celonis, Qlik, IBM e IDC - e dos nossos media partners - Público e IT Insight.

Luís Gonçalves, Data Analytics & AI Director da Noesis, iniciou este encontro com um tema explosivo - How AI can destroy your company?" -, alertando para os prejuízos que uma implementação da IA pouco ponderada pode trazer às organizações. Decidimos não falar das coisas maravilhosas, disse, por isso a sua keynote quis, sobretudo, consciencializar os gestores de que objetivos que devem ser definidos antes de se avançar para algo que pode ser financeiramente doloroso. No entanto, nem tudo é mau e existem soluções para combater certas expectativas irrealistas. Segundo Luís Gonçalves, um conjunto de boas práticas capaz de potencializar a eficiência operacional, que deve levar as empresas a questionarem-se “o que é que queremos?.

Com a ideia de que a Inteligência Artificial está a retirar-nos oportunidades de trabalho e a colocar em causa as human skills, Frank Giroux, Manager Digital Transformation da Bayer, está convencido de que a IA não vai tornar as pessoas obsoletas. Através da sua keynote, onde nos falou sobre os modelos de linguagem de grande escala (LLMs), referiu que os LLMs ajudam os trabalhadores a lidarem com a incerteza. Ou seja, as pessoas continuam a ser necessárias nas empresas para validarem os conteúdos e encontrarem as melhores soluções. É o caso da Bayer Pharmaceuticals que utiliza estes grandes modelos para alavancar e transformar a gestão da cadeia de fornecimento na indústria farmacêutica.

Fasten your seatbelts! Mina Boström Nakicenovic, Chief Technology Officer da FlightRadar24, apresentou-nos insights bastante valiosos durante a sua keynote - From Raw Aviation Data, through Business Value, to Contributions to Humanity. Sendo uma das plataformas de rastreamento de voos mais reconhecida mundialmente, a FlightRadar24 não disponibiliza informações sobre rotas, voos e condições meteorológicas aos pilotos, como também facilita a identificação de aeronaves por parte dos planespotters. Quando questionada sobre o impacto que os dados da aviação têm na Humanidade, Mina não hesita em mostrar que a FlightRadar24 está um passo à frente - “Estamos em pontos do globo onde mais ninguém está (...) Conseguimos salvar algumas vidas”.

No entanto, erros que vão sendo cometidos, mas Gabor Harsanyi, Head of M&CR Data Office da Ericsson, acredita que faz parte da evolução. Durante a sua keynote - Skip the first draft of your data strategy - go straight to V2!”  - explicou-nos o método de trabalho que a Ericsson implementou para otimizar e melhorar o seu desempenho empresarial. Além disso, procurou alertar-nos para os erros mais comuns quando criamos uma estratégia de dados, mencionando que a grande maioria das organizações ignora o valor real dos dados e negligencia a compliance, a educação e a requalificação das equipas de IA”.

Para complementar estas keynotes, preparámos um conjunto de roundtables, moderadas por João Martins (DAAI), Luís Graça (Sales), Sérgio Fernandes (Sales) e Gabriel Coimbra (IDC), onde reunimos especialistas de grandes empresas portuguesas e internacionais - Fidelidade, Novo Banco, Grupo Brisa, Celonis, IBM, EDP, Santander, Banco de Portugal, Banco CTT - para partilhar experiências e insights sobre a implementação da IA em cada organização.

Cibersegurança, democratização da IA, Data Quality, GenAI e o sucesso dos negócios e ainda o fator resiliência na era da transformação digital foram os temas escolhidos para destacar os principais desafios e conquistas das empresas. Em comum, todas apontam para a eficácia e rapidez da Inteligência Artificial na execução de inúmeras tarefas como análise documental, criação de respostas draft, leitura e retenção de informação, composição de peças processuais e muitas outras. A lista de benefícios é enorme e segundo Nelson Pereira, CTO da Noesis, “o que podia levar semanas, agora leva no máximo um dia”.

Relativamente ao futuro, Bruno Tinoco, do Novo Banco, deixa uma mensagem importante: “as interações vão ser cada vez mais automatizadas, mas nunca vamos perder o human touch porque há momentos que pedem interações humanas. No entanto, o CTO da Noesis explica que “não vale a pena fazer planos a cinco anos, nem a três, porque para o ano pode estar tudo muito diferente.”

E assim, se escreveu mais um capítulo do Lisbon Data & AI Forum - evento que cresceu e evoluiu de uma forma notável, mantendo o compromisso de partilhar conhecimento para impulsionar a transformação tecnológica em Portugal e além-fronteiras. O nosso ADN de inovação pretende inspirar as pessoas e fazer com que voltem para as suas empresas para fazer algo diferente, remata Luís Gonçalves.

Deixamos a pairar a curiosidade e a antecipação sobre o que esperar da próxima edição.